Rock Infinito: um gênero sem limites


Não há outra arte que não respeita mais fronteiras e limites do que a música. E além disso, existem bandas que promovem a união de todos os gêneros. Conheça um exemplo nacional do "rock infinito".

 por camila fontenele



Banda Klatu

A música é algo essencial independente do estilo, e há quem diga que algum som tenha marcado ou revolucionado sua vida — a música desde sempre quebrou as barreiras da cultura local e mundial.

É difícil definir o que tem qualidade do que não tem, pois essa se refere às expectativas do consumidor, no entanto, qualidade musical tem haver com sentimento, alma e a vontade de ousar.

Quais as barreiras entre os ritmos musicais e a música de qualidade?

A partir desse questionamento, tenho o prazer de contar um pouco da jovem história de uma banda de rock and roll nacional, que conheci no Festival de MPB Livre, de Sorocaba. Neste festival, apesar de pouca divulgação, reúnem-se artistas autorais de vários lugares do Brasil. Aí, você vai me perguntar: o que tem haver rock com MPB? Pois bem, tem tudo, principalmente o fato de ser um evento aberto a todos os ritmos.

A música brasileira não se resume apenas ao samba e à bossa nova, como muitos pensam, existe um leque absurdo nas esquinas desse país. Há bandas que se formam em mesas de bares, na prosa da calçada e debaixo dos postes a meia luz, todas são capazes de carregar a mais pura identidade da música nacional.

Assim é a banda Klatu, composta por Carol Arantes no vocal, Leco Peres no baixo, André Barará na guitarra e Felipe Silva na bateria. Essa banda paulistana mistura ritmos como blues, jazz, soul e MPB — a proposta inicial vem declarada no nome do primeiro álbum: “Em busca do ROCK INFINITO”, lançado em 2008.

Em entrevista com a banda, pude concluir que existem, sim, músicos preocupados com a sociedade e que não há somente amor e desilusões em suas letras. O rock sempre teve a sociedade como tema, foi e ainda é um grito musicado, um protesto agradável no qual qualquer um pode se juntar.

Segundo Leco Peres, “a música é a emancipação da alma. O grau máximo de intuição, de beleza, de sentir a vida, num nível mais inconsciente e de expressar suas ideias e sua visão de mundo. Num nível mais racional para quem compõe e respira música, não tem saída, é necessário ter uma banda para dar vida às composições”.

A rotina da banda Klatu é basicamente como o de todas as outras que se prezam em fazer um trabalho de qualidade. Ensaiam bastante para que possam ter controle do som e do agregamento de mais misturas, improvisação e feeling. Neste trabalho em conjunto como presente se ganha a amizade, alguma prosa nos bares e baladas — “Somos irmãos de ideal, antes de tudo, é um namoro à quatro (eu encontro mais os caras do que com os meus pais!)”— diz Leco Peres.

As composições dos singles, normalmente são feitas pela Carol Arantes e Leco Peres. O lugar e situaçao que provoca inspiração para a dupla é o cotidiano em si, não há nenhum ritual esquisito, buscam os temas polêmicos e sociais, no entanto, existe um cuidado para não tornar isso chato – segundo eles, “se fosse chato e massivo não seria ROCK.”

Muitas bandas e cantores solos acabam caindo na armadilha da fama, com isso ligam mais para o glamour do que pela magia de fazer música. Para a banda Klatu é importante conservar a ética, a essência da proposta e ser reconhecido de uma forma suave, sem jabá e sem teste do sofá. A música deve ser conhecida de forma honesta e emocional. Para Leco “não existe nem pior ou melhor, é possível atingir cada público e momento, pois os compositores são pessoas e atingem os ouvintes quando estão em conexão mental com os mesmos”.

Atualmente a banda paulistana trabalha seu segundo disco, que será lançado até o final deste ano. Para dar o gostinho aos fãs, já lançaram o single “Não cante essa música” e o mais atual “Na cidade”, que por sinal tem a proposta de passar o que São Paulo tem de mais interessante. “Essa é uma música bem urbana que fala a princípio do caos na cidade grande. Era pra se chamar ‘Cidade Cinza’, mas acabou mudando para ‘Na Cidade’ porque a ideia não é só falar dos problemas, mas de coisas bonitas e interessantes que às vezes não conseguimos ver na cidade. Por isso falamos: ‘a cidade tem mais cores do que dá pra perceber. ’ A letra fala dessa contradição de Sampa: de um lado o caos e os problemas de uma megalópole e do outro, coisas bonitas, como cores, flores, parques, pessoas e etc. Tem de tudo, é só a gente querer ver”. – diz Carol Arantes.




Com a chegada desse novo álbum eles buscam quebrar FRONTEIRAS, sair mais de São Paulo e levar o ROCK INFINITO, um gênero sem limites a outras pessoas. Por enquanto negociam com cidades do interior para shows.

É possível conhecer a Banda Klatu através do My Space » www.myspace.com/bandaklatu, Youtube » www.youtube.com/bandaklatu e interação total pelo Facebook » Banda Klatu.


Camila Fontenele é estudante de Publicidade, fotografa amadora, escritora por vontade, cantora de chuveiro, colecionadora de desapontos e um tanto palhaça. Em um tom mais poético: Libriana, nublada e míope. (Além de colaboradora dessa revista/site).

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